Os aparelhos de medir glicemia de ponta de dedo são confiáveis?

Sim. A maioria são confiáveis.

São ferramentas importantíssimas para que o paciente e o médico tenham melhor noção de como está o controle da glicemia. É possível (e necessária) a medida das glicemias em horários variados e em dias diferentes.

Quando surgem sintomas de hiperglicemia (glicemia muito alta) ou hipoglicemia ( glicemia muito baixa) é possível medir a glicemia rapidamente e tomar a atitude necessária para corrigir a situação. Esses aparelhos evoluíram muito e hoje eles são mais confiáveis e necessitam pequenas quantidades de sangue da ponta de dedo.

Às vezes as pessoas ficam surpresas quando medem a glicemia no mesmo horário de coleta de sangue para exame de laboratório e o resultado não é o mesmo… Na realidade, existe uma margem de erro pequena, que na maioria das vezes não compromete a interpretação. É preciso, porém, que se faça o teste de modo correto, com as fitas em boa conservação e dentro do período de validade, que se faça a higiene no dedo com água e sabão ou com álcool ( desde que espere secar) antes de fazer a picada.

Deve-se ler o manual de instruções do aparelho e colocar a data e o horário corretos. E sempre procurar por marcas de laboratório do aparelho já consagradas ( Abbott, Roche, Johnson&Johnson, Bayer).

Nesse vídeo poderemos aprender como ajustar o Glicosímetro Accu-Check Active

Insulina vicia?

 

Não. Insulina não vicia.

A insulina é um hormônio que todos nós temos no organismo, ao passo que pessoas com diabetes tem deficiência parcial (diabetes tipo 2) ou absoluta (diabetes tipo 1).

Assim, as pessoas com diabetes tipo 1 dependem do uso de insulina injetável para sua sobrevivência. Se não usarem, podem desenvolver acidose no sangue e morrer.

Contudo, as pessoas com diabetes tipo 2 podem ou não necessitar de insulina injetável.

Na maioria das vezes, no início do diabetes tipo 2, cuidados com a dieta, atividade física e medicamentos controlam o nível de glicose (açúcar) no sangue.

Com o passar dos anos, pode ser necessário o uso de insulina injetável. É a consequência de uma piora da produção de insulina própria pelo pâncreas.

Com a evolução da doença pode acontecer a falência do pâncreas. Por consequência usará insulina continuamente.

Por outro lado, há casos de necessidade transitória de insulina injetável. Só para exemplificar: infecções, internações para cirurgia, uso de medicamentos que aumentam o nível de glicose no sangue (ex: corticóides).

Nessas situações, após uso transitório de insulina, a pessoa com diabetes pode voltar com o tratamento anterior e não precisar de insulina.

Pâncreas artificial: o que temos de novidade?

 

O chamado “pâncreas artificial” é um sistema (bomba) de infusão contínua de insulina associado a um sensor de glicemia. Ambos são instalados através de cateter no tecido adiposo subcutâneo que faz ao mesmo tempo a medição de glicemia e a infusão de insulina, automaticamente, sem a necessidade da intervenção do paciente.

É uma terapia promissora para o paciente portador de diabetes tipo 1.

Já existe no mercado a bomba de infusão contínua de insulina associado ao sensor de glicemia. Porém, há necessidade de pré-ajuste da infusão de insulina durante as 24 horas do dia e do comando do paciente para a infusão de insulina adicional nas refeições. No caso do “pâncreas artificial”, a bomba de insulina faz o ajuste automático da infusão de insulina. De acordo com a glicemia do momento e do tipo de refeição do momento. Estão sendo feitos estudos para comprovar a eficácia e segurança dessa modalidade de tratamento.

Acabou de ser apresentado esse mês no Congresso Europeu de Diabetes um estudo de 3 meses de duração com a comparação do “pâncreas artificial”, (ainda não disponível comercialmente) a bomba de infusão de insulina associada a sensor não automática (já disponível comercialmente). Nesse estudo foi demonstrado que esse novo sistema foi mais eficaz em melhorar o controle de glicemia, diminuindo as hiperglicemias e hipoglicemias.

Antes desse estudo, tínhamos resultados de estudos de menor duração e em ambientes controlados (acampamentos com alimentação e atividade física controlada e supervisão médica). Essa forma de tratamento promete trazer mais liberdade e tranquilidade para o paciente com diabetes tipo 1.

Esperamos que isso se confirme e que possamos em breve contar com essa nova modalidade de tratamento.

Gestante com diabetes pode ter bebê com diabetes?

Dificilmente um bebê nasce com diabetes. A gestante com diabetes bem controlado tem bebês normais. Se o diabetes não for bem controlado na gestação, o bebê pode nascer com peso excessivo e apresentar hipoglicemia logo ao nascer. Os filhos de mães com diabetes ou diabetes gestacional vão ter maior chance de desenvolver diabetes na vida adulta.

Diabetes é contagioso?

Não.

O diabetes não é transmitido entre as pessoas.

Há uma predisposição genética a desenvolver a doença quando há outros casos na família.

 

 

 

 

Redução na taxa de complicações relacionadas ao Diabetes no período de 1990-2010

Estudo recente publicado numa das mais importantes revistas científicas do mundo ( New England Journal of Medicine) mostra que houve redução nas taxas de complicações do Diabetes nos EUA no período de 1990 -2010.

Nesse estudo foi observado redução de – 67% de Infarto do Miocárdio, – 64% de mortes relacionadas a crises de hiperglicemia, – 52% de ocorrências de AVC e – 51 % de amputações de membros inferiores.

É uma boa notícia para nós médicos e, claro, para as pessoas que tem diabetes, pois sugere que nos últimos anos, apesar de ter havido um aumento do número de casos de diabetes, estamos detectando a doença mais precocemente e tratando melhor.

Nesse período, houve mudanças nos critérios diagnósticos de Diabetes que contribuíram para o diagnóstico mais precoce da doença. Houve também avanços nos métodos de monitorização da doença (aparelhos glicosímetros portáteis e exames de sangue) e nas alternativas de tratamento com medicamentos e até mesmo cirurgias ( Cirurgia Bariátrica).

Apesar de ser um estudo realizado somente nos EUA, acredito que no Brasil esteja ocorrendo resultados semelhantes pelo menos para as pessoas que tem acesso a serviço de saúde de qualidade. Ainda assim, temos muito a melhorar.

Você sabe quanto açúcar tem no refrigerante?

Há muita dúvida entre os paciente com diabetes sobre as bebidas com adoçante. 

A grande pergunta é se existe ou não açúcar nos refrigerantes diet e light.

Esse vídeo mostra a experiência para identificar a presença de açúcar e de adoçante no refrigerantes.